Paula Pimenta: Orientadora e Vestibulando

Seus pais são muito exigentes academicamente? Esse texto é para você e para eles!

Algumas reflexões para os jovens com pais muito exigentes academicamente 1) Como os estudantes podem lidar com pais muito exigentes em relação aos estudos? Primeiramente é importante os estudantes lembrarem que, além de alguns pais quererem participar da vida de seus filhos, faz parte do seu papel de cuidador dar e acompanhar a educação deles, seja no aspecto do êxito escolar, como também da educação moral, de construção de caráter e do convívio social.  Outro aspecto, se relaciona com o fato de como os pais podem estar se avaliando neste papel de educador e formador ou mesmo de como acreditam estar sendo avaliados socialmente, ou seja, se seu filho tem disciplina e êxito na escola, significa que está desempenhando um bom papel de pai. É sabido que o lugar que a educação formal tem na sociedade atualmente, é de prestígio e, alcançar bons resultados (como ingressar em uma conceituada Instituição de Ensino Superior), passa a ser uma pequena virtude que os pais almejam para seus filhos. Assim, os estudantes, principalmente os adolescentes, podem lidar com a cobrança dos pais ao buscar entender o que os leva a isso, como por exemplo, os aspectos levantados acima. Mas também vale fazer uma ressalva aos pais: pode haver uma importância exagerada ao rendimento escolar do filho em detrimento de outras formas de educação, como ajudá-lo a entender a si e aos outros, a resolver seus problemas e ajustar-se às mudanças, tanto em si mesmo, como no ambiente.  2) Quais as cinco principais dicas para jovens que têm pais assim? 1- Buscar sempre o diálogo com os pais, mostrar quais têm sido suas motivações e seus desafios com os estudos.  2- Identificar quais são suas metas e desafios pessoais e comunicar isso aos pais. Quando os pais sabem quais são suas prioridades, podem compreender e aceitar melhor o tempo que você quer se dedicar a elas. 3- Pedir ajuda aos pais quando necessário. Se estiver com dificuldades na escola ou mesmo frustrado com uma questão mais pessoal, comunique seus pais para juntos encontrarem uma alternativa. 4- Mostrar que você sabe quais são suas responsabilidades e demonstrar autodisciplina. 5- Sugerir uma maior aproximação dos pais com a escola e os professores. As trocas entre os pais podem tranquilizar o ajuste da expectativa x realidade que eles têm sobre os filhos. 3) Como saber se os pais estão ajudando os filhos ou sendo exigentes demais? Quais são os sinais? Muitos pais estão realmente convencidos de que a coisa mais importante na vida das crianças e dos adolescentes é a vida escolar deles e seu aproveitamento nos estudos. Como dito anteriormente, a educação escolar faz parte de um conjunto de aprendizagens importantes para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos filhos. Neste sentido é importante os pais observarem seus filhos de uma forma global, identificando quais aspectos do desenvolvimento deles está precisando de um maior cuidado ou atenção.  Pode ocorrer de os pais, ao tentarem se aproximar e ajudar seus filhos na vida escolar, serem compreendidos como controladores, o que pode provocar uma maior resistência e distanciamento dos filhos. Este é um sinal de que o diálogo precisa ser retomado e os esclarecimentos de como pedir e dar ajuda precisam ser refeitos.

Compilado completo do que fazer e do que não fazer na preparação do vestibular

1-Quais são os principais erros que os vestibulandos cometem ao estabelecer metas para o vestibular?  A preparação para o vestibular é uma tarefa árdua, tanto cognitivamente, já que o processo de aprendizagem é longo e gradual, quanto emocionalmente, pois lidar com os erros e dificuldades requer resiliência e proatividade.  São tantas as demandas relacionadas ao preparo para o vestibular que é muito comum os estudantes se perderem: como faço revisões, com qual frequência? Quanto tempo preciso estudar uma matéria que tenho muita dificuldade? Quando começo a fazer provas antigas? Me distraio com facilidade como melhorar isso? Dentre tantas outras dúvidas que surgem ao longo desta preparação. Os erros mais comuns no estudo são: 2-Como o estudante pode definir metas que sejam ao mesmo tempo desafiadoras e atingíveis?  É importante que o estudante tenha/ faça uma avaliação inicial de qual é seu momento acadêmico, ou seja, saber com o máximo de detalhamento qual é o nível de conhecimento que tem em cada uma das disciplinas que serão estudadas para a prova do vestibular. Ao compreender com clareza o nível de complexidade que é capaz de lidar no momento, torna-se possível estabelecer metas realistas, considerando os próximos passos a serem alcançados As metas relacionadas ao estudo precisam ser graduais como a de um esporte: os treinos precisam ter uma regularidade e uma intensidade que aumenta, diminui ou se mantém de acordo com a condição física e mental de cada um em cada momento. 3-Qual a importância de ter metas curtas, intermediárias e longas para o sucesso no vestibular?  Para começar lembre-se: a melhor comparação é de você de hoje com o você do passado! Por isso as metas precisam ser estabelecidas considerando qual é o seu nível acadêmico hoje. Muito importante. A depender de qual curso pretende-se ingressar na graduação e de qual é o momento acadêmico de cada estudante é necessário preparações diferentes. São diferentes frentes de estudo que o estudante precisa desenvolver, como questões discursivas, objetivas, saber fazer diferentes modalidades de redação, ler e interpretar diferentes obras literárias, além de retomar todos os conteúdos aprendidos (quando o cenário é favorável) no Ensino Médio e conseguir aplicá-los no formato da prova do vestibular. É muito comum estudantes que têm bons desempenhos na escola levarem um susto quando fazem simulados e provas de vestibular e percebem o quanto ainda não sabem. Neste sentido, criar metas de curta, média e longa duração ajuda a fazer o planejamento de estudo. Entretanto, um aspecto importante é não ficar muito fixado nessas metas a ponto de não poder rever ou mudá-las de acordo com os resultados obtidos. Além disso, outro ponto de atenção é a valorização de uma antecipação do início da preparação dos vestibulares. Cada vez tem sido mais comum estudantes do 3º ano do Médio e às vezes até do 2º estarem em cursos preparatórios. É importante refletir: isso é uma meta de curta, média ou longa duração que trará efeitos positivos? Como é possível avaliar esse tipo de escolha? Minhas condições materiais (família, escola, por exemplo) se apresentam de forma estável no momento? e minhas condições emocionais, como estão?  Sucesso no vestibular não pode ser restringido a ideia de entrar o mais rápido possível na graduação é importante considerar o amadurecimento da escolha e as condições emocionais que o jovem se encontra para iniciar essa nova etapa da sua vida. 4-Como o estudante pode montar um cronograma de estudos eficiente, levando em consideração sua rotina diária e seus pontos fortes e fracos?  O cronograma de estudos precisa levar em conta não só os pontos fortes e fracos, como também qual curso irá prestar e qual o tempo disponível na sua rotina para o estudo. Compreendendo esses fatores é possível construir um planejamento adequado. Algumas premissas gerais: – Dividir o tempo de estudo em dois momentos: assistir as aulas e estudar ativamente; – É interessante estudar pelo menos em 2 momentos diferentes da semana os pontos fracos, lembre-se: a aprendizagem vem com a repetição dos conteúdos estudados! – Estabelecer as prioridades de estudo a depender de qual curso irá prestar e qual o modelo da prova (questões objetivas e dissertativas);  – Os pontos fortes podem ter menos tempo de estudo por semana, mas não podem ser negligenciados; – Incluir em sua rotina de estudo simulações da prova do vestibular. 5-Qual a importância dos períodos de descanso durante a preparação para o vestibular?  O descanso é importante por diferentes fatores: é no momento de descanso que ocorre a consolidação dos conteúdos estudados, é um fator que possibilita a disciplina para uma rotina intensa de estudo. Três pontos de atenção:  6-Como organizar momentos de revisão no cronograma de estudos sem comprometer o tempo de aprendizagem?  A revisão é uma das estratégias de estudo que envolve a aprendizagem, mas também existem outras: ler, grifar, assistir aula, anotar, resolver questões e fazer prática de lembrar, por exemplo. Revisão significa rever um conteúdo que já foi estudado, revisitando-os. É comum, por exemplo, estudantes colarem na parede de seus quartos post it com conteúdo que sentem maior dificuldade e insegurança e ao relê-los você fará uma revisão. Entretanto, é importante avaliar qual estratégia ou melhor, quais estratégias de estudo são mais eficientes para o seu processo de aprendizagem.  A pesquisadora brasileira em Ciência da Aprendizagem, Roberta Ekuni, pontua como é importante fazer revisões diariamente e destaca o papel crucial da memória no processo de aprendizagem. Ela exemplifica como, para cada estágio da memória (aquisição, codificação, armazenamento, recuperação e reconsolidação da informação) existem estratégias de estudo próprias. Fazer revisões não significa despender um tempo enorme de sua rotina de estudo, mas sim, usar estratégias que de alguma forma recuperam os conteúdos aprendidos, fortalecendo assim o traço cognitivo da aprendizagem. É possível fazer revisões pontuais, quando por exemplo você tenta resolver novamente um exercício que você errou, quando faz a correção do simulado e analisa seu erro, retornando ao conteúdo, quando faz uma prática de lembrar tentando recuperar de memória quais foram os pontos mais importantes na aula que assistiu ou

Perfil Profissional: como saber se sou de humanas, exatas ou biológicas?

A escolha profissional, para muitos jovens, inaugura a difícil tarefa de escolher, tomar decisões e arcar com as consequências positivas e negativas desta escolha. Ou seja, é um ato solitário e que traz a noção da falta (quando escolho uma carreira, todo o resto fica em segundo plano, pelo menos em um primeiro momento). Por ser solitário e inaugural é esperado sentir medo, insegurança e angústia, por isso busca-se incessantemente por respostas, pelo menos parciais, para apaziguar essas emoções. O teste vocacional e a ideia de perfil profissional podem ser utilizados para dar essa tão cara resposta ao jovem que está nessa busca. Porém este modelo de busca de resposta, acaba fazendo uma correlação que pode ser muito simplista de ligar os interesses em determinadas profissões, o que pode acabar fechando as possibilidadesde carreira por conta de alguns preconceitos ou estereótipos. Exemplo: se dissermos que fulano é bom em argumentação, gosta de ler e sempre batalha pelas injustiças sociais, logo tem que fazer direito. Mas, será que a partir da habilidade em argumentação, o interesse em ler e ter o valor da justiça social, como características pessoais é possível confirmar que o perfil desta pessoa é de humanas ou que se encaixa com a carreira do direito? Será que esses aspectos também não são encontrados em carreiras como um professor universitário que se debruça em estudar questões sociais, um jornalista ou um engenheiro que lidera um projeto de habitação social? Exemplo 2: a fulana tem muita habilidade com exatas, sempre vai bem nas matérias de matemática e física na escola e todos dizem que ela deveria fazer alguma engenharia. Porém, essa habilidade não é acompanhada por uma grande motivação, ela se lembra de ter professores destas disciplinas muito rígidos, além de ser muito cobrada por seus pais para ter um bom desempenho. Ou seja, apesar de ter habilidade, associou um sentimento de desconforto e cobrança para a execução destas tarefas. Por outro lado tem um grande interesse em investigações e pesquisas relacionadas à ecologia e botânica. Seria ela de exatas ou biológicas? Neste sentido, a ideia de processo de orientação profissional pode trazer uma perspectiva mais abrangente e profunda, em que não se analisa apenas o perfil do estudante, mas se pensa em uma escolha profissional adequada em que várias aspectos são considerados, como as habilidades e em quais contextos elas foram desenvolvidas, os interesses, as motivações, informações sobre as formações e mundo do trabalho. Algumas reflexões presentes para a etapa de autoconhecimento no processo de orientação profissional são: – Quais são meus interesses hoje e quando iniciou? – Quais atividades gosto de realizar e quais não gosto? – Quais ambientes me sinto bem e quais não? – Quais são minhas facilidades/ habilidades? Qual habilidade gostaria de desenvolver pessoalmente?  – Quais são minhas curiosidades e motivações? Por que as reflexões de autoconhecimento são importantes para a escolha de uma carreira? Porque é a partir da reflexão da sua biografia, identificando quais são suas identificações, seus valores pessoais, compreendendo o que imagina e deseja do futuro, no aspecto pessoal e profissional, é que se torna mais possível analisar como você se relaciona com as esferas do estudo e da profissão em sua vida. Compreender suas motivações pode auxiliar a compreender qual é o caminho que faz mais sentido trilhar para se chegar no seu objetivo.

Insegurança na sala de aula, como lidar?

É importante levar em conta que a escola tem como um dos seus principais objetivos preparar crianças e jovens para a vida adulta e, falar em público, seja expondo uma ideia ou tirando dúvida é uma habilidade que será cobrada deles posteriormente, então é um treino importante a ser iniciado no período escolar.  Além disso, compreender que não sabemos tudo ou que nossas ideias podem não agradar ou ser claras para o conjunto total de pessoas que nos escutam, faz parte da condição de ser humano. Compreender que os outros também tem suas dificuldades e que é justamente com a troca, na interação com o outro que a aprendizagem vai se completando é importante e ajuda a lidar melhor com o sentimento de insegurança.  Ao expor uma ideia o/a aluno/a se coloca em evidência perante o grupo da sala e isso pode trazer receios, como por exemplo ser taxado de “burro/a”, “metido/a”. O sentimento de segurança em expor uma ideia é um processo que não depende só do indivíduo, mas também de como o grupo consegue receber e não julgar a opinião do outro. É possível pensar em pelo menos três vantagens: ao expor uma dúvida sobre a matéria, por exemplo, o/a aluno/a tem a possibilidade de sanar uma dúvida que impede a compreensão do conteúdo, gerando dificuldades maiores no futuro. A segunda vantagem seria o treino de falar em público, que envolve tanto a elaboração de uma fala compreensível, como também administrar o nervosismo desta ação e por último, a possibilidade de socialização, ao expor uma ideia outra pessoa pode se identificar com o modo como pensa e isso levar a uma conversa. Como dito anteriormente, para que um/a aluno/a se sinta seguro para falar em sala de aula é preciso ter um ambiente acolhedor, ou seja, existir o respeito de ser escutado/a, como também o cuidado desta fala ser incluída no contexto exposto. O professor tem um papel muito importante de promover este ambiente receptivo, como de mediar e até mesmo provocar uma reflexão, considerando as diferentes ideias que possam surgir entre os alunos. Toda atividade que é realizada em grupo é um treino de convivência e de exposição de ideias/opiniões. É possível por exemplo, aproveitar de um trabalho em grupo, com um menor número de pessoas, para expor o que pensa, para depois poder contribuir com suas ideias em sala de aula. O ponto importante é lembrar que segurança vem com treino, com exposição, com a coragem de se arriscar e compreender que tudo bem se a fala não saiu como gostaria, nada grave irá acontecer.

Escolha Profissional: como fazê-la de forma segura e consciente?

Escolha segura não significa ter garantias e certeza de futuro, mas implica em ter consciência e clareza daquilo que está sendo escolhido. O que se escolhe é o que não poderia deixar de faltar na sua vida a curto e médio prazo, ou seja, são suas prioridades. É importante o jovem fazer um bom trabalho de autoconhecimento, além de utilizar a informação e conversar com profissionais inseridos na sua área de interesse para entender o dia a dia do profissional e evitar surpresas na sua vivência na graduação e profissão. O autoconhecimento significa identificar características de sua personalidade, as habilidades, os valores, os interesses, compreender quem são seus modelos, mas também quem funciona de anti-modelo, quando você pensa em um profissional. Além, é claro, da importância de realizar uma reflexão biográfica e entender esses aspectos ao longo da sua vida. Levar em conta, os fatos marcantes, as experiências de aprendizagens, seja na escola ou nas relações, entender quem foram as figuras que mais admirou e o por quê disso, ao longo dos anos, auxilia a compreender a relação que o indivíduo tem consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Pesquisar informações sobre as atuações profissionais e ter clareza das exigências e instrumental teórico-técnico da profissão é outro pilar muito importante para a escolha consciente. Compreender quais são as diferenças das Instituições, quais disciplinas compõem a grade curricular dos cursos, além de poder se aproximar ao máximo possível do que seria a prática profissional dentro de uma determinada carreira dá mais segurança ao jovem na hora da escolha. Com esses dois elementos é possível pensar nos critérios para a escolha profissional, ou seja, como é possível fazer uma intersecção dos aspectos mais relevantes do autoconhecimento com as informações mais interessantes para cada indivíduo do mundo do trabalho. Compreender o que será mais relevante e fazer uma projeção a médio e longo prazo significa construir um projeto profissional. São esses os aspectos principais que auxiliam o jovem a fazer uma escolha profissional mais consciente e implicada, trazendo mais clareza do que são suas prioridades para poder suportar também aquilo que lhe desagradar dentro da escolha.

Bullying: Uma leitura para os pais

Alguns sinais de comportamento que podem ser um alerta a família Quando a criança ou o adolescente estão sofrendo bullying, podem apresentar mudanças de humor e comportamentais. Estar recorrentemente triste, abatido, irritado ou até mesmo agressivo com pessoas mais próximas podem ser alguns desses sinais. Outro comportamento frequente pode ser a recusa em ir para a escola ou evitar encontrar os colegas. Assim, muitas vezes o absenteísmo acaba por ser um forte indício de que ‘ir para a escola’ está sendo difícil.   Os pais devem buscar uma postura acolhedora com os filhos, de forma a abrir o espaço para dialogarem sobre a escola como um todo, desde a parte pedagógica até a de socialização e relacionamentos. Buscar perguntar diariamente sobre a rotina da escola, os colegas com quem se relaciona, conhecer o círculo de amizades e não banalizar o que os filhos trazem como preocupações e incômodos.    Além disso, é importante ter conversas com a escola, principalmente com o(a) professor(a) que acompanha o filho/filha na sala de aula ou a orientação pedagógica para entender como é seu comportamento e suas relações. Em alguns casos, pode ser necessário buscar auxílio especializado, por meio de psicólogo(a) que oriente a condução.   Uma criança ou adolescente que sofre bullying pode ter consequências sérias em sua autoestima e sua capacidade de se relacionar. O isolamento e sintomas de ansiedade, depressão e até mesmo a automutilação e o suicídio podem ser fatores desencadeados de uma situação que não foi bem cuidada e amparada pelos pais e pelos profissionais da escola. Por isso, é fundamental que todos estejam atentos a esta situação.   Quando os pais criam um espaço de confiança para seu filho poder falar o que está sentindo, demonstrando compreensão e acolhimento, a criança e o adolescente podem se sentir mais seguros e se expressarem com mais facilidade.  É comum a criança e o adolescente acharem que alguns sentimentos, como tristeza, medo e angústia, são errados e por isso devem ser escondidos ou mesmo se preocuparem com a reação dos pais quando souberem o que sentem. Neste sentido os pais precisam ser cautelosos e não forçar o filho a falar, pois isso também poderia ser um desrespeito a escolha dele. Mostrar disponibilidade para conversar e ajudar a encontrar outras alternativas para se cuidar é uma boa forma de estar presente e atento à vida dos filhos.  

Alimentação e Exercício Físico

Alimentação e exercício físico – dicas de como os alunos podem aliviar o estresse. A rotina de um estudante que está se preparando para o vestibular é muito intensa, pois seu estudo envolve um volume alto de conteúdos que precisam ser praticados através das aulas, resoluções de exercícios, simulados, redações, revisões entre outros. É muita coisa e o tempo parece não ser o suficiente, e não o é de fato. E, justamente por esse “acúmulo” de atividades, é primordial que ainda se encontrar tempo para se cuidar. Para pensar em um cuidado integral é necessário considerar vários aspectos, como o sono, a alimentação, exercício físico, lazer e relações sociais. Cada individuo vai necessitar de uma quantidade e uma combinação específica desses aspectos para se sentir equilibrado, por isso é muito importante uma boa avaliação através da auto-observação de como se sente mentalmente e fisicamente após esse cuidado. Algumas considerações sobre esses aspectos: – Sono: é importante avaliar se seu sono está reparador, ou seja, se a qualidade e quantidade de horas estão suficientes para você se sentir disposto e concentrado nas atividades do dia seguinte. Além disso, algumas pessoas podem ter dificuldades para dormir ou acordar durante a noite. Fala-se em higiene do sono para criar um certo “ritual” de boas práticas para adormecer, como diminuição de telas e luzes brancas a noite, banho, comidas leves, etc. Portanto, é importante frisar que se o sono não está reparador e suas dificuldades em pegar no sono ou acordar durante a noite passam a ser constantes é importante procurar um profissional. – Atividade física: quanto mais regular é a prática de atividade física, maiores são os benefícios, pois torna-se um hábito. É interessante escolher uma atividade do seu interesse ou que seja “tolerável” e que se encaixe na sua rotina. Assim, escolher de acordo com a distância de sua residência ou local de estudo ou com a flexibilidade de horários pode auxiliar na inclusão desta prática no seu dia a dia. Também é importante se atentar a quantidade de horas, muitas horas de exercício pode sinalizar uma certa “fuga” dos estudos. – Alimentação: a alimentação saudável é aquela que atende as necessidades do seu corpo, por isso é importante estar em dia com exames e check up médico. Para destacar alguns pontos importantes sobre alimentação: faça suas refeições principais (café da manhã, almoço e janta) com tempo, coma sentado e coma variedade de alimentos, principalmente os naturais; cuidado com os excessos de açucares, ultraprocessados e café, limite a quantidade desses alimentos em seu dia. – Lazer/ socialização: é muito importante criar tempo para realizar atividades prazerosas, seja sair com amigos, ir ao cinema, almoço em família, ir ao parque. É interessante incluir algumas dessas atividade semanalmente. O que o estudante precisará avaliar é a quantidade de tempo dedicado a isso e avaliar prejuízos x benefícios na escolha deste lazer. Por exemplo: ir a uma festa e ficar até às 6h da manhã pode fazer com que o corpo demore alguns dias para se recompor o que irá prejudicar o estudo da semana.  Para finalizar é importante destacar que o processo de aprendizagem envolve momentos de foco e momentos de descanso e, saber escolher como descansar é tão importante quanto saber escolher como estudar, pois a qualidade e atividades do seu descanso impacta diretamente na sua disposição, motivação e disciplina com os estudos.